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A influência do Canal de Suez

No dia 23 do último mês, um incidente de caráter peculiar acarretou em prejuízos volumosos ao comércio internacional. Trata-se do bloqueio de um dos canais de maior importância geopolítica e econômica no cenário internacional, o Canal de Suez (Egito). Resultado da colisão do casco de um navio com uma das margens do canal. Outra oclusão do canal, no passado, acarretou em conflitos internacionais, tal como implicou na influência do Egito na geopolítica internacional.

Um atalho que poupa milhares de quilômetros

O Canal de Suez estabelece ligação hidrográfica entre os mares Vermelho e Mediterrâneo, ou seja, pode poupar o contorno do continente africano. O canal de 195 km liga a cidade de Suez, banhada pelo mar Vermelho, à Port Said, no mar Mediterrâneo, seu curso é interrompido por quatro lagos. Estima-se que seu fluxo anual corresponda a 15.000 embarcações.

Inaugurado em 1869, a partir de projetos do italiano Alois Negrelli, sua construção se estendeu por dez anos. O canal é responsabilidade da SCA (Autoridade do Canal do Suez) que, por sua vez, pertence ao governo egípcio.

Sua nacionalização ocorreu apenas em 1956, com o objetivo de impedir o fluxo de embarcações israelenses. Isso resultou na invasão do canal por parte de tropas inglesas, francesas e israelenses; tal episódio foi concluído apenas com intermédio da ONU, sendo o canal reaberto em 1957. 

Conflito decorrente da oclusão do Canal de Suez

Conforme estabelecido pela Convenção de Constantinopla, documento firmado por países europeus, o canal não pode ser fechado, independentemente de guerras, ou da tomada de posições conflituosas por parte de quaisquer países. No entanto, em decorrência da Guerra dos 6 dias (conflito de Israel contra Egito, Jordânia e Síria), o Canal de Suez permaneceu fechado durante 8 anos (1967-1975). Inicialmente por conta de um bombardeio da força aérea de Israel, direcionado a bases aéreas do Egito, o qual atingiu 15 cargueiros, acarretando no naufrágio de uma embarcação estadunidense.

O conflito teve seu desfecho em 10 de Junho, com a vitória dos israelenses, contudo o canal permaneceu fechado. Tal fato não mudou, mesmo após inúmeras tentativas de negociações entre os países responsáveis pelas embarcações comerciais e o governo egípcio. As empresas mantedoras dos navios impedidos desistiram e, aos poucos, os cargueiros foram abandonados.

O comércio internacional teve de se adaptar às novas condições, os países do Oriente Médio reconheceram a sua influência no cenário internacional, decorrente tanto do monopólio no comércio petrolífero, como do bloqueio de uma rota internacional de cunho crucial. Por fim, no dia 5 de junho de 1975 (há exatamente oito anos após o início da Guerra dos 6 dias) o canal foi reaberto.

Um engarrafamento de proporções enormes

Como citado anteriormente, no dia 23 de março o cargueiro Ever Given bloqueou a passagem de quaisquer embarcações pelo canal. Após 5 dias de tentativa na recuperação do fluxo, finalmente, no sexto dia, tal episódio icônico atingiu seu desfecho. Mais de 400 embarcações foram impedidas de atravessar o canal; o que, de acordo com as autoridades da SCA implica na necessidade de três dias e meio para a passagem de todas embarcações, após a retomada do fluxo. Estima-se que o prejuízo, em reais, consequente do bloqueio, ultrapasse 300 bilhões.

A causa da colisão ainda é discutida. Os indícios trazem como alternativas possíveis a influência meteorológica exercida por ventos de grandes proporções, ou o desrespeito do limite de velocidade por parte da embarcação.

A operação de retirada do navio foi possível graças ao auxílio de outras embarcações especializadas. A maré alta nos dias 28 e 29 permitiram o redirecionamento do navio, realizado logo após a operação de desencalhe.

A volta das Grandes navegações?

O transporte marítimo é, em termos de valor, o mais vantajoso, tendo em vista a sua capacidade de carga e a possibilidade de comércio intercontinental. Esse tem como principal desvantagem a dependência da geografia, de aspectos naturais. Os canais hidrográficos artificiais representam, portanto, a superação de tal desvantagem, o que contribui, de forma decisiva, para o protagonismo da atividade comercial marítima.

Assim, o incidente com o gigante Ever Given acabou chamando atenção para algo que muitas vezes passa despercebido: a importância econômica e política que o oceano (essa imensidão que cobre cerca de 70% do planeta) tem. E você, caro leitor, já tinha pensado nisso?

O texto apresentado tem carácter pedagógico e não reflete a opnião do colégio e de seus mantenedores.

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