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Colégio COC Araucária

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Professora Gabriela Bastos Cordeiro Tremba

Professora Gabriela Bastos Cordeiro Tremba

Nascida em Guarapuava, Paraná, mudou-se aos 11 anos para Araucária, onde reside até hoje, aos 31. Jornalista formada pela UFPR e professora de Língua Portuguesa e Inglesa formada pela UTFPR. Mestre em Estudos de Linguagens pela UTFPR, hoje atua como professora de Língua Portuguesa do COC Araucária. Casada, feliz, na luta por uma sociedade melhor e mãe da Cecília!
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Ser professor em tempos de pandemia (Parte 1)

2020 não foi um ano fácil para ninguém e isso é indiscutível. Tivemos que ficar distantes de quem amamos, conviver com incertezas. Muitos perderam entes queridos ou sofreram com os sintomas fortes do novo coronavírus. E como profissionais, fomos obrigados a nos reinventar. O home office entrou de vez para o vocabulário e os professores não escaparam dessa nova realidade. A sala de aula cheia de vida, barulhenta, animada, foi substituída pelas telas frias, bem mais silenciosas e distantes. Temporariamente, a essência daquilo que nos faz ser apaixonados pela profissão foi retirado de nós. Então, nos reinventamos (não sem sofrimento).

As aulas suspensas em março deram início a um mar de dúvidas, no qual fomos arremessados e fomos, aos poucos, aprendendo a nadar. As lousas, o giz, o canetão, as carteiras em fila, em roda, em grupos, o andar pela sala tirando dúvidas, agachando ao lado da carteira do aluno com mais dificuldade…de repente, tudo isso saiu de cena. E vieram as diferentes plataformas, e começou o: “vocês estão me ouvindo?”, “conseguem me ver?”, “não estou conseguindo carregar os slides, esperem um pouco”, “a conexão está ruim”. Isso no contexto de uma excelente escola particular.

Na escola pública, infelizmente, o caos foi ainda maior. Embora a educação seja uma atribuição do Estado, sabemos que ela está há tempos relegada ao descaso. Escolas públicas de qualidade existem sim, sem sombra de dúvidas. Essas, contudo, são fruto de um esforço quase sobre-humano de professores, funcionários, pais e alunos, os quais encontram barreiras enormes na falta de recursos. Assim, se nas aulas presenciais já era difícil utilizar tecnologias como projetores, internet e computadores, imaginem para as aulas remotas.

Dessa forma, tanto na escola privada quanto na escola pública foram discutidas e criadas estratégias emergenciais para que o ano letivo não fosse totalmente perdido. É importante destacar que, de uma hora para outra, a grande maioria dos professores teve que trabalhar de uma forma com a qual nunca havia sonhado e sem tempo hábil para formação adequada, e ainda, enfrentar questionamentos e críticas. Muitos, sem conhecer a realidade, começaram a declarar que os professores não queriam voltar às aulas presenciais porque não queriam trabalhar.

Essas pessoas não imaginam o quanto nós tivemos e ainda estamos tendo que trabalhar a mais do que já fazíamos, e olha que fazíamos muito. Ser professor não é apenas chegar em uma sala de aula e despejar conteúdo sobre os alunos. Cada aula exige planejamento, avaliação, desenvolvimento de estratégias, reuniões, conselhos de classe. Não é só “dar aula”, é ensinar, formar pessoas, uma responsabilidade sem tamanho e, ao mesmo tempo, um prazer indescritível. Para as aulas remotas, fomos desafiados a criar novas estratégias, elaborar mais recursos, aprender a utilizar outras ferramentas, desenvolver novas formas de avaliação. Então, acredite, o que mais queremos (acredito que falo pela maioria) é voltar para a sala de aula, porém de forma responsável e segura.

Sim, estamos cansados – e sabemos que todos estão. Cansamos de falar com uma tela, às vezes com poucas respostas, outras, tentando manejar microfones ligando e desligando o tempo todo e um chat ao lado quase descontrolado. Do outro lado, o que estaria fazendo o aluno? Uma angústia enorme em saber se a explicação estava sendo compreendida.

No COC Araucária tivemos um suporte imenso por parte da direção e da coordenação (e não escrevo isso para agradar meus superiores, pois prefiro permanecer em silêncio a fazer um falso elogio), e ainda assim não foi nada fácil. O que me faz pensar nas escolas em que os professores tiveram pouco ou nenhum suporte.

Mas nem tudo são espinhos. Foi possível perceber, ao longo do caminho cheio de pedras, o carinho dos alunos e de muitas famílias que mostraram compreensão e preocupação conosco. Recebemos mensagens de incentivo, elogios, motivadores essenciais para que chegássemos ao fim do ano letivo sem enlouquecer ou desistir.

Apertou no coração a saudade dos abraços carinhosos, dos bate-papos no corredor, das mãos levantadas para tirar dúvida ou (na maioria das vezes) para pedir para ir ao banheiro, e até da bagunça. Há quem tenha imaginado um futuro só com aulas remotas ou Educação à Distância. Com certeza, essa pessoa não é professor (ao menos de coração), pois é no contato presencial com os estudantes que ocorre a magia chamada “construção do conhecimento”, na troca diária de palavras, sorrisos, atitudes.

As aulas on-line como ferramenta auxiliar do ensino vieram para ficar, disso não há dúvida. O Ensino à Distância (EAD) já era uma realidade antes mesmo da pandemia e é um meio para que muitos jovens e adultos cursem uma faculdade ou pós-graduação. O ensino híbrido veio para ficar. Mas nada, nada mesmo substitui a alegria e a vida presentes em uma sala de aula. P.S.: Falo da realidade de uma escola particular de qualidade e sei que existem outras realidades, principalmente na escola pública. Falar disso demandaria outro artigo dedicado quase que exclusivamente ao assunto. Não nego a visão um tanto romantizada transmitida em alguns momentos por minhas palavras e reconheço minha posição de privilégio. Aos colegas em situações ainda mais complicadas, minha solidariedade e força. Nós professores somos guerreiros.

O texto apresentado tem carácter pedagógico e não reflete a opnião do colégio e de seus mantenedores.

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