As consequências negativas da pandemia causadas pelo Coronavírus, todos conhecemos, mas se há algo que pode ser apontado como bom, em meio a todo esse caos, é a familiarização das pessoas com as tecnologias digitais. Seja por lazer ou para trabalho/estudos. Não podemos negar que muitos de nós nos aproximamos de coisas que não estavam tão presentes em nosso dia-a-dia anteriormente.
Streaming e jogos
A necessidade de permanecer em casa remodelou, também, o lazer. Neste momento delicado de isolamento físico (acabou não sendo social porque permanecemos em contato pelo meio digital), as pessoas passaram a experimentar mais com o digital: Chamadas de vídeo, podcasts, redes sociais, jogos, serviços de streaming e outros.
Uma das opções que agrada a todas as idades são os filmes e séries. Não é à toa que as plataformas de streaming registraram um grande aumento de assinantes. De acordo com o Target Group Index Flash Pandemic, em uma pesquisa envolvendo 3 mil entrevistados, 66% relataram assistir mais vídeos, de forma gratuita, e 56% viram mais vídeos de maneira paga.
Houve, também, os que optaram por jogos eletrônicos. Uma pesquisa feita pela bandeira de cartões Visa demonstra que, no ano de 2020, em relação a 2019, houve aumento de 140% nas transações para os principais consoles e plataformas de jogos. Além disso, os jogadores que utilizam celulares, ao invés de consoles ou computadores, também ganharam destaque durante a pandemia, pois a indústria de jogos passou a investir mais nesses consumidores. Isso mostra um avanço na acessibilidade, pois consoles e computadores são muito mais caros do que celulares.
Home office
Trabalhar do conforto de casa já foi o sonho de muitos, mas isso pode não ter acontecido exatamente como o esperado. Junto com a pandemia, veio também a impossibilidade de trabalhar em escritórios fechados com muitas pessoas e, o que antes era considerado algo improvável, acabou sendo aderido permanentemente por muitas empresas que optaram, até mesmo, pelo fechamento de escritório físico.
O home office acabou sendo um sinônimo da criação de um contato mais próximo com as tecnologias digitais, pois, para conviver com essa nova realidade foi necessária a adaptação. No começo houve a dificuldade para aprender a utilizar recursos antes inexplorados, novas ferramentas e novos dispositivos, mas com o passar do tempo tudo foi ficando mais fácil, fomos nos acostumando e aprendendo.
Aulas on-line
A educação não poderia ser adiada e o Ensino a Distância (EAD), muito criticado anteriormente, se tornou uma opção, talvez a mais viável. Foram adotadas plataformas como Google Classroom, Zoom, Microsoft Teams e o próprio WhatsApp para dar maior suporte aos alunos.
Embora possamos encontrar muitos professores que dirão, com orgulho, que aprenderam a utilizar dispositivos e ferramentas que pareciam complicados, as aulas viraram uma guerra contra o Wi-fi – o qual “cai” nos momentos mais importantes – e as plataformas – que nem sempre funcionam como prometido. Existem instituições que optaram pelo ensino remoto, no qual o aluno recebe atividades e orientações, mas acaba estudando sozinho os conteúdos.
No fim, a dedicação para o novo modelo de ensino foi maior do que costumava ser, quando presencial, tanto para os alunos, quanto para os professores. No começo, aprendemos a utilizar ferramentas, com as quais já nos familiarizamos, e agora, tentamos adaptar o modelo de ensino que surgiu como provisório, mas já teve seu uso estendido por mais de um ano.
Contudo, ter um dispositivo e acesso à internet é um privilégio que muitos estudantes não têm, e, assim, surge um outro problema, o medo de que o uso de tecnologias em áreas fundamentais aumente o abismo social.